sábado, 31 de março de 2012

Mãe

Eu não sei o que tem uma mulher na cabeça quando decide ser mãe.

Só pode ser uma louca, doida varrida digna de ser internada em um hospício de segurança máxima, numa cela e restringido movimento por uma camisa de força.

Sério! Isso é totalmente insano e eu vou explicar o porque.

Primeiro que já nascer mulher significa carregar um estigma social inerente ao gênero. Depois na chegada a adolescência, mudanças orgâncias e metabólicas a leva a um ciclo radical que só expirará após um longo tempo da sua vida.

Alternâncias de humor, dores e cólicas, farão parte da sua rotina mensal. Ok, isto pode ser atenuado...

Aí ela decide ser mãe, e digo mãe biológica, daquela que pari. Arruma um parceiro para ser fecundada. Uma vez ocorrida a fecundação, noves meses, entre trinta e sete e quarenta e duas semanas, a coisa não é muito certa, vive uma mudança que vai muito além daquela adolescente.

Estimulado pelo pequeno ser que se forma em seu ventre, o organismo desta mãe sofrerá severas alterações que, mesmo após o parto, perpetuarão ao longo do período de amamentação.

O parto, sim o parto, seja ele de que modo for, não é uma coisa fácil não. Riscos para mãe e para o filho estão presentes. Esforço continuo até o nascimento de todos que a assistem.

Do nascimento, vem a celebração de mais uma vida, mas também de uma tensa preocupação sobre o estado desta vida gerada, e isto vale tanto para mãe biológica quanto para aquelas que não passaram pelo parto em si.

Tal preocupação materna, decorrente de um amor incondicional se perpetuará até o fim da sua vida.

O primeiro espirro, tosse, febre... O que comer, o que levar, o que trazer... Onde irão estudar, com quem será que eles estão andando... Aonde voce pensa que vai?

Para uma mãe, não existem limites. Por isso acho que ser mãe é uma loucura e ter a oportunidade de viver toda esta loucura junto a seus filhos, vê-los crescer e se fazerem dignos é, simplesmente, recompensador.

É o lucro líquido por todas as horas de dedicação, carinho, atenção e de amor, muito amor.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Holocausto

Seis milhões foram mortos,
que nunca mais aconteça,
aprendamos com nossos erros.

Seja através do conflito,
ou da miséria absoluta,
seja pela fome, não mais.

Na atitude de um homem,
investindo suas posses,
mais de mil foram salvos.

Somos todos responsáveis,
por evitar absurda brutalidade,
para tanto obrigados a agir.

Independente do gênero,
etnia, religião, status,
nacionalidade, localização.

Como uma família,
em ação salvando uma vida,
estaremos salvando o mundo.

Millor

Menino chorando,
as lágrimas no chão,
vai contando.

Despeço-me mestre,
como menino chorão,
desejando ainda ser,
um ínfimo do que foi.

Seu silêncio...

Seu silêncio me incomoda,
sinto falta da sua voz.

Um bom dia talvez,
quiçá um oi bastasse.

Cruzo por voce,
mas não me enxerga.

Passo por lugares,
mas não me percebe.

Invisível me tornei,
deixando a sua realidade.

Singularidade

Destaco-me da multidão,
recuso-me a seguir.

Percebo quanto é manipulada,
vivendo a realidade criada.

Cada momento como turba,
levada por um bel prazer.

Assisto o tal movimento,
tomando a responsabilidade.

Agir passa a ser o verbo,
provocar, o desejo.

terça-feira, 27 de março de 2012

I am mine

I belong to nobody,
I belong to no one.

I belong to no place,
I belong to no time.

I release myself,
I am mine, only mine.

Quem se importa

Estou ocupado demais,
com meus próprios problemas,
para que parar se posso passar batido.

No piscar d'olhos num sopro de brisa,
realizando um ínfimo gesto,
a mudança pode ocorrer.

Eu não respondo por todos,
mas posso mudar o mundo sim,
e faço isso por mim e por voce.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Fogo.

Assim como as brasas,
de uma fogueira quase adormecida,
um coração quente que se esfria,
precisa de lenha para reavivar sua chama.


Vida

Nascemos indefesos,
ignorantes que somos,
nos vemos inocentes.

Crescemos vulneráveis,
a sorte a todo instante,
corrói nosso mármore.

Adultos num quase,
a pedra moldada,
por infortúnios vividos.

Então chega a velhice,
como obra terminada,
despedimo-nos deixando.

sábado, 24 de março de 2012

Chico

De Assis a inspiração,
do rio não foi em vão.
e do nordeste ensolarado,
chegou ao sul inspirado.

De muitos que criou,
fez uma multidão.
e por saber doar,
para todos estendeu a mão.

De tudo fazia,
comédia, pintura e poesia,
da totalidade se fez um,
e deste um se fez único.

Um amigo que meu pai,
sempre quis ter,
mas que, infelizmente,
dele não conseguiu ser.

Chico.

Por que tanto?

Por que te gosto tanto,
por que te quero tanto,
de onde vem tanto desejo?

Tua presença me fascina,
teu toque me arrepia,
teu cheiro me inebria.

E teu beijo,
ah, teu beijo,
fica gravado na minha boca.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Paciência

Paciência,
para acordar cedo,
e enfrentar o trânsito,
paciência...

Paciência,
para a falta de educação,
quando não há respeito,
paciência...

Paciência,
para aguardar a notícia,
que transformará sua vida,
paciência...

Paciência,
para dar tempo as pessoas,
que desejam seu bem,
paciência...

Porque elas mudam,
e voce também,
paciência...

quinta-feira, 22 de março de 2012

I

Who I am,
what I think,
belong to myself.

Spread my thoughts,
my ideas, my actions,
is my business.

No matter who's gonna hear,
if they're gonna use,
or just throw them away.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ego o centro

Eu sou deus,
senhor do universo.

Ego, eu me chamo,
e o centro sou eu.

Tudo o que quero consigo,
tudo que desejo possuo.

O que ainda não tenho,
é porque não me faz falta.

E o resto,
não me interessa.




A Rica

Não sei quanto tempo irá durar,
quero estar a seu lado,
um dia de cada vez,
vivendo como o último.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A guarda abaixa.

Por alguns instantes,
perco a concentração.

A guarda abaixa,
recebo um golpe certeiro.

Vou a lona,
tentam a imobilização.

Mesmo assim resisto,
não entrego a luta.

Busco o momento,
ergo-me num impulso.

De pé novamente,
continuo o bom combate.

domingo, 18 de março de 2012

Velhos novos amigos

Que saudade eu tenho do meu tempo de juventude, quando repartia todos os momentos na companhia de meus amigos.

Éramos testemunhas e cúmplices de nossas histórias e mulequices, aprontando todas.

Passávamos por sufocos e apertos, mas também por situações inusitadas e divertidas.

Reencontra-los sempre é um prazer, cruzamos olhares e a lembrança nos vem.

Sentimos o viço juvenil outra vez em nossas artérias, nos tornando novos de novo.

sábado, 17 de março de 2012

Óbvio, não?

A maioria reage,
prefiro agir.

Ser o precursor,
a ponta da lança.

Ir além do óbvio,
saindo do conforto.

Pensar o impensável,
e realizar o impossível.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Fragmentos

Meu querer,
não está perto.

Sinto-o longe,
na distância.

Através de frestas,
que permeiam a luz.

Vislumbro fragmentos,
daquilo que desejo.

terça-feira, 13 de março de 2012

Dúvida

Hoje tive uma dúvida,
por que estamos aqui?

Afinal de contas,
qual o propósito da nossa existência?

Vasculhei alfarrapios reais e virtuais,
encontrei as mais diversas repostas.

Umas baseadas numa abordagem religiosa,
outras, filosófica.

Algumas ainda,
focadas na teoria evolucionista.

Nenhuma me conveceu.

Para ser sincero,
nem desejo ser convencido.

O melhor desta dúvida,
é permanecer com ela.

E na busca pela reposta,
tornar-me um homem melhor.


Amigos

Amigos são,
a família que escolhemos.

Aqueles que desejamos,
que estejam sempre próximos.

E que, quando distantes,
nunca caem no esquecimento.

Quando no reencontro,
nos abraçamos como ontem.

Perder-me.

Perder-me em sonhos,
e em devaneios.

Perder-me em emoções,
e em sentimentos.

Perder-me em viagens,
e em lugares.

Perder-me no tempo,
e no espaço.

Perder-me em mim,
e em voce.

Para no fim,
encontrar-me.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Finalmente, amar.

Quero viajar,
tendo você como guia.

Viajar com você,
e ser seu guia.

Ouvir sua voz,
sussurros e risada.

Sentir seu cheiro,
sua boca, seu gosto.

Admirar seus olhos,
seu rosto, seu corpo.

Sobre suas curvas,
ser surpreendido.

Dormir com você,
e acordar abraçado.

Preparar o café,
para tomarmos juntos.

Repartir suas dores,
compartilhar bons momentos.

Fazer de seus filhos meus,
e dos meus, seus.

Para finalmente,
amar-te.

sábado, 10 de março de 2012

Saudade

O vazio preenchido pela memória,
a porta entreaberta que deixa passar.

Uma melodia que não sai da cabeça,
e que cisma em não parar de tocar.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Sinta, pô!

Outra vez, foi com Manuel Bandeira.
Ele me disse:
- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.
Respondi:
- Então sinta, pô!

Uno.verso

Siamo uno,
nel verso.
Verso uno,
è l'universo.

Unreal reality

I don't know what's real or not.
The atmosphere suffers a direct impact of our senses.

Our brain could be cheated by the impressions we make.
The reality isn't at all.

So, what's around us? Nothing, everything.
Where's the true? Nowhere, everywhere.

Our senses make it from nothing by an initial impulse.
And it could change, time to time, person to person.

No matter how, we make our own true.
Every time.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Woman

Mom, daughter.
Friend, sister.
Wife, lover.

A mulher.

O homem criado,
divino na terra.

Só, reclamou companhia,
dor de uma costela.

Disso a mulher,
inteligência sobre ingenuidade.

Corrompeu-o a desobediência,
do aceitar incondicional.

Salvou-o da eterna ilusão,
a realidade saltou avassaladora.

Ao invés de implorar retorno,
seguiu-a a seu lado.

As mulheres. The women. Le donne.

Seres fantásticos são.
Berços humanos amorosos.
Carregam o esplendor da vida em si.

Outstanding beings they are.
Loving human cribs.
Carrying radiance of life in their selves.

Creature fantastiche sono.
Culle umane amorevole.
Portano l'esplendore della vita in sé.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Toda via, todavia...

Toda via liga um lugar a outro,
todavia, depende de cada um chegar.

Toda via há paisagens contemplativas,
todavia, cabe apreciá-las durante o trajeto.

Toda via tem um início e um fim,
todavia, a nós resta o que fazer.

Toda via é viva,
todavia, viva a vida.

terça-feira, 6 de março de 2012

Tempo. Atemporal ser.

Somos atemporais,
criamos nosso tempo,
conforme prioridades.

Decidi priorizar-me,
o tempo me pertence,
faço dele o que quiser.

Não o esgoto em mim,
invisto no simples viver,
partilhando-o com todos.


segunda-feira, 5 de março de 2012

Click!

A maioria fica inerte em suas vidas,
me incluo nisso.

Paralisamos pelo medo,
pela dor, pelo desconhecer.

Um dia despertamos,
me incluo nisso.

Agimos pela coragem,
pela felicidade, pelo aprender.

Click...
Desperte!

Real inexistente

O real não existe,
é distorcido por cada um.

Nossos sentidos nos traem,
Não nos permitem o verdadeiro.

Tudo é deturpado,
nada é franco, sincero.

Criamos nosso ideal,
o que chamamos real.

Nossa percepção para aí,
não vai além.

Somos iludidos por nós mesmos,
somos a matriz.

O mundo visto,
é fruto da nossa interferência.

sábado, 3 de março de 2012

Eco

Batendo um papo com Julio Dinis,
eis que me sai com esta:
- O amor é o som que reclama um eco.
Na mesma hora, retruquei:
- Então ame, ame, ame, ame, ame...

The power of humans

Give power to man and you'll know who he is,
there's no such sentence like this one.

Most of them succumb by the overwhelm desire,
lack of moral and ethics values.

Kindness and fraternal behaviors,
defeated by the arrogance of being superior.

What they think they are,
nothing less than anyone else.

Power is beyond that,
it's recognize that everyone is equal.

Who has more,
should be responsible to who has less.

Any occasion,
any time.

quinta-feira, 1 de março de 2012

O homem alado

Num homem surgiram asas,
como as de um anjo.
Experimentou-as, alçando voo,
batendo-as com força.

Atingiu alturas nunca antes alcançadas,
mas por ele há muito imaginadas.
Realizou desejos, concretizou ideias,
evoluiu, transcendeu a forma.

Descobriu, lá de cima,
como o mundo é pequeno.
Como todos são iguais,
apesar de todas as diferenças.

Ao retornar e tocar a terra,
as asas se foram.
A mudança já ocorrera,
estava transformado.

O simples fato de viver,
já lhe era pleno.
O caos ficou claro,
límpido e cristalino.

A ordem se estabelecia,
dentro da tormenta vida.
A paz lhe retornara,
provendo-o de serenidade.

Rio.

Entre as montanhas e o mar,
cresceu esplendorosa.

Quente, apaixonante,
descontraída, malemolente.

Cobiçada por muitos,
receptiva a todos.

Nascida beleza natural,
tornou-se Maravilhosa.