quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Desisti...

Desisti.
Desisti de mim.

Cansei de tentar ser alguém que não posso ser.
Um fracasso que, confesso, aceito.

Não quero mais travar o bom combate, submeter-me as minhas exigências, intermediar os confrontos entre minha razão e minhas emoções.

Estabelecer limites e conter-me sobre fatos, situações e pessoas, não mais.

Não atender meus desejos e anseios, nem realizar minhas vontades.
Buscar minha própria felicidade, também não.

Entregar-me-ei inerte, permitindo que seja derrotado.
Desrespeitando o oponente: eu.

Quero gritar sem que ninguém me ouça até perder totalmente a voz.
Correr a maior das distâncias até cair esgotado no vazio desértico.
Nadar rumo ao infinito de um oceano azul e me afogar em suas águas profundas.

Quero desaparecer das memórias alheias por completo como se nunca tivesse existido.
Uma sombra que se vai na escuridão, um fantasma que desaparece na luz.
Uma bruma que se dissipa no calor do sol matutino.
Um sussurro inaudível.

Chega noite, e me leva com voce.
Quero as trevas, densas e o silêncio absoluto do nada.
Fim.