quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Fim

Fim.
Que venha o novo,
e revigore meu ser.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Peça única

Parte de mim,
é permanente.

A outra,
é de repente.

Uma racional,
é lógica.

A outra intuitiva,
é louca.

Que se reparte,
e se junta.

Sendo eu,
peça única.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Forgiveness

I played wrong,
stupid jokes I said.

Beyond boundary,
It was really bad.

Lost confidence,
from who I care.


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Batidas

Recosto-me,
no seu colo.

Escuto batidas,
sinto a respiração.

Simples afago,
paz e meditação.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Solo

Debruça-se no ninho,
vislumbra imensidão.

Sente-se acanhado,
desejando conforto.

Última intervenção,
um último empurrão.

As asas batem,
eles se vão.

Deixo o coadjuvante,
passo a espectador.

Missão cumprida,
ente tão querido.

Parte de mim,
que segue, então.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Céu seu

Céu cinza,
nuvens pesadas.

Sem Sol,
noites passadas.

Amanheceu,
tudo muda.

Frestas raiantes,
abrem passagens.

Azul é o céu,
claro o dia.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Discover

One hold,
I discovered warm.

One whisper,
I discovered feel.

One kiss,
I discovered taste.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Mudança

Rescrever,
a própria história.

Por onde seguir,
tomar novo rumo.

Deixar o que já foi,
abraçar o que vem.

Paz profunda

Na profundidade dos mares,
na imensidão dos oceanos.

Neste ambiente inóspito,
hostil a minha presença.

Encontrei na tranquilidade,
e no impertubável silêncio.

Uma plácida paz,
A minha paz profunda.

sábado, 20 de outubro de 2012

Amor amigo

Infantil, pueril,
cresce e amadurece.

Adolescente, elouquente,
enlouquece e transparece.

Maduro, contudo,
fortalece e permanece.

sábado, 6 de outubro de 2012

Precisão

Retomada lenta,
calculada medida.

Palavra locada,
escrita precisa.

O tolo e o sábio

Enquanto o tolo,
age como tudo soubesse.

O sábio o observa,
e aprende com seus atos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Despedida

Adeus.

Inicio pelo fim,
despeço-me.

A catarse,
esgotou-se.

Palavras,
finitas.

Tempo,
escasso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Inspiração

Busco em palavras ditas,
em palavras escritas,
por aqueles que admiro ou não.

Em palavras fúteis, vazias
cheias de alegria e alegorias,
quais o discurso tenha ou não, razão.

Em palavras sem medo, bandidas,
que desrespeitam a vida, transgredidas,
onde se possa enxergar como as manhãs virão.


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Desejo realizado

Quero realizar,
o que desejo,
o meu desejo.

Ser quem sou,
não quem quer,
que eu seja.

Imagem real,
sem reflexo espelhado,
própria identidade.

Não desejo caminhos,
muito menos direções,
quero fugas.

E em um só sentido,
para longe, para bem longe,
do convencional.

sábado, 4 de agosto de 2012

Olimpo

Litigavam honrados,
buscando vitórias.

Então reverenciados,
por feitos e glórias.

Heróis mitificados,
contados em histórias.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Greatness(refined)

No boundaries,
unlimited.

All places,
no people.

Just me,
doing.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Epitáfio de Pierre

O maior na vida,
é lutar, não vencer. 

E sua essência, 
ter competido bem.

sábado, 21 de julho de 2012

Impossível

Nada é certo,
o que será errado.

Tudo é possível,
desde que se queira.

O impossível não existe,
a porta está aberta.

Quem vai,
entrar primeiro.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Desejo


Para voce,
desejo desejos.

Muitos desejos,
grandes, pequenos.

Para realizar,
neste instante.

Neste minuto,
segundo, agora, já.

Talvez amanhã,
num futuro distante.

Não importa,
apenas desejo desejos.

Tombo

Caí de bicicleta,
descendo a ladeira.

Descalço perdi,
a cabeça do dedão.

Ralei os joelhos,
as mãos esfolei.

O banco voou longe,
beliscando minha perna.

Recuperado ouvi,
um senhor reclamar.

Tenha atenção,
irresponsável veloz.

Mal sabia ele,
havia perdido o freio.

Assim a vida é,
imprevistos alheios.

Ousar, agir,
mesmo que falhe.

Enquanto observam,
estáticos comentam.



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ei

Ei,
tire o pé,
desconecte,
espreguice, relaxe,
contemple, descubra,
o entorno, o belo,
o simples,
é só.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Vida

Enquanto sigo minha vida,
sem um destino final.

Ninguém a controla,
somente a mim se reporta.

Meu futuro inescrito,
decidido pela presente ação.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Fim do mundo

Eu não sou paulista,
muito menos paulistano.

Não faço parte,
de um bando de loucos.

Tão pouco,
da fiel torcida.

Mas torci,
torci efusivamente.

Não contra,
mas a favor.

Fim do mundo,
só após o Mundial.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Coyote

Como coyote,
que nunca desiste.

Persigo sonhos,
papa-léguas velozes.

Resiliente, persisto.

Memória


Nem passado,
nem presente.

Nosso futuro,
ainda está distante.

Quando próximo,
lembramos.

Quando interessa,
também.

Mas logo,
esquecemos.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Valor

Vale menos,
que nada.

Vale mais,
que tudo.

É nada,
é tudo.

Contraditório,
confuso.

Eu, voce,
sós, nós, humanos.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Humano

Não adianta tentar,
não irá me consertar.

Vou cair e me levantar,
cair de novo e nem chegar.

Cheio de defeitos,
vícios e virtudes.

Desisto dos problemas,
resisto, busco uma solução.

Provoco, recuo,
enfrento, digo tudo.

Escondo coisas, anseios,
vontades, desejos.


Sou humano,
portanto, imperfeito.



terça-feira, 12 de junho de 2012

Suicídio

Suicídio intelectual,
decorre repressão,
refutando ideias,
nati-já-mortas.


domingo, 10 de junho de 2012

Sem

Sem saber,
encontramos.

Sem querer,
vivemos.

Sem poder,
agimos.

Fim

O primeiro dia,
da semana quente,
em tempo frio,
decreta o fim,
do feriado longo.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Grey day


Borin'day,
no sun.

Just cloud,
and rain.

sábado, 2 de junho de 2012

Luta

Combate insano,
poder maldito.

Morte evitável,
diálogo aberto.

Maior luta,
interna está.

Melhor ser,
imediato agora.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Lento

Lento início,
leve reflexão.

Tempo infinito,
sonho questão.

Realizo preciso,
eu multidão.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Olhos fechados

Fecho olhos,
enxergo entrelinhas.

Verdade velada,
entre mentiras.

Sonho esquecido,
entre memórias.

Ser,
entre estares.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Anima insana

D'onde,
o motivo.

Incentivo,
a persistência.

Destino,
do caminho.

Preservar,
minha essência.


sábado, 26 de maio de 2012

Ziriguidum

Ritmo,
que cadencia.

Passos,
rumo a fora.

Destino,
que cabe.

A mim,
a qualquer um.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Erros e acertos

Quando doutros,
enaltecidos.

Quando meus,
execrados.

Quanta inveja,
existente.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Horizonte

Presos a dor,
tudo perde sentido.

As trevas corroem,
nossa alma caída.

Tocar o sol,
desperta moribundos.

Novo é o rumo,
horizonte infinito.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Extinção

Desprezível é,
aquele que ensina.

Pensar faz existir,
refletir leva a ação.

Insulta o populista,
desejo da ignorância.

Extinto se torna,
maldito educador.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sem destino

Pensamentos,
vagam pela mente.

Sem destino,
pousam aqui e ali.

Decolam de,
locais diversos.


Trazem lembranças,
levam ideias.

Ideias que,
viram conceitos.

E conceitos,
em textos.

Que escrevo,
ou não.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Doce veneno

Não tenho soro,
para o doce veneno.

Língua adormece,
com a gota só.

Experimento,
o viciante sabor.

Vida a mais,
morte ao destino.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sexto dia

Reflexão semanal,
cansaço monumental.

Pronto a celebrar,
Preparado para vadiar.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Entorno

O entorno,
me importa.

Pessoas, gestos,
até coisa torta.

Presente, insisto,
bato na porta.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Como

Como faço,
para existir.

Como sim,
o elixir.

Como sigo,
no caminho.

Como não,
a escolha.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Jogo de bola

Joga a bola,
ela rola.

Mundo afora,
gira bola.

Be aware

Don't stay close,
I'm a dangerous man,
I think, feel and do.

Maio

Das noivas faceiras,
pela noite quente.

Das mães inquietas,
por filho decente.

Onde

Vago entre ondes,
tento o destino.

De onde vim,
para onde vou.

Onde estive,
e onde eu sou.

domingo, 29 de abril de 2012

Traveller

The clouds,
are my floor.

I'm flying,
to next door.

Stuffs left behind,
thoughts, feelings, mind.

I'm the traveller,
of my own life.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Let it go

I'm not sure about this,
I'd rather think other way.

A non stoping fight,
keep rolling the stones.

Doing ever more,
so don't let it go.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Lifetime

My life,
has a timeline.

Ups and downs,
keep going.

No stop,
doing more.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A vez

As vezes,
penso quando.

Hoje será,
a minha vez.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sombra

Dias escaldantes,
calor infernal.

Neste outono,
falso frio.

Resta sombra,
aguardo a brisa.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ruminante

Pela demora,
perco a mão.

Pela pressa,
perco o braço.

Rumino então,
ante a escolha.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Vazio

Sem ideias,
falta inspiração,
nada para provocar.

Resta então,
descrever o vazio.
o nulo, o vácuo.

Verdade é,
mesmo o vazio,
está repleto.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Capital Inicial

Quando fala não pede atenção,
o poder de dominar é tentador,
já não escuto nem vejo nada,
sou de um todo torpor.

Obrigado por passar,
mas já estou de saída,
porque voce quer respostas,
voce exige muitas provas.

Portanto,
não vou para o inferno,
nem para o céu também,
não iria tão longe por voce,
e nem seria tão bom assim.

Vou contra todos e ninguém,
sem esperar o que vai acontecer,
então vai, saia da minha frente,
porque agora eu quero ser.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sozinho e solitário

Sozinho e solitário,
vagando pelo imaginário,
preso em si mesmo.

Não existe companhia,
ninguém vai estar a seu lado,
em suas ideias e pensamentos.

A cura está distante,
entre lembrança e esquecimento,
tumultuada por emoções.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dar a luz

Dar a luz é dar a vida,
assim começa uma história.

Já iniciada antes,
na vontade em ser.

Descobre-se fadada,
num epílogo infeliz.

Mudar seu rumo,
como novela inacabada.

Com sofrimento e dor,
as opções por vir.

Uma saída difícil,
que cabe, somente a um.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Compreensão

Palavras escritas,
são sempre difusas.

Interpreta quem lê,
do jeito que deseja.

Ai daquele que,
escreve sem se preocupar.

Com vírgulas e pontos,
cada um no seu lugar.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Sakura

japanpostal.blospot.com
Esperada é por todos,
na brisa frágil beleza rara,
consumada renovação.

Abraço apertado

Essa foi quando encontrei Mario Quintana, ele me disse:
- Abraço é dizer com as mãos o que a boca não consegue.
Continuou:
- Porque nem sempre existe palavra para dizer tudo.
Tomei a liberdade e lhe fiz uma correção:
- Abraçar é dizer com o corpo o que falta a boca.
E prossegui:
- Porque nem sempre existem palavras para tudo.

Quem sou?

Não me importo,
com a sua opinião,
diria o egoísta arrogante.

Eu me importo,
quero ler seu comentário,
diria o inseguro vaidoso.

Faça o que quiser,
eu só quero provocar,
digo eu.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Mundança

Mundo gira,
sem parar.

As vezes pira,
num piscar.

Sedento exige,
o governar.

Ora deixo,
espairar.

Muda mundo,
se eu mudar.

Aniversário

Nos primeiros,
pouca lembrança.

Nos maneiros,
doce esperança.

Nos adultos,
tempo passando.

Nos maduros,
sabedoria colhida.

Post bipolar

Não desejo comentários,
nem saber o que pensa,
sua opinião não importa.

Para que escrevo então,
senão expor o que penso,
provocando o alheio.

Não fique inerte,
emita seu parecer,
responda a provocação.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Un

Un giorno qualsiasi,
spengo la luce,
e ti vedo vicina.

Voice

How nice is,
hear your voice,
through letters.

Complexa simplicidade

De tão simples,
a simplicidade complexa é.

Chuva

Chuva que lava,
e limpa as ruas,
lava também minh'alma,
num respiro para vida.

Caminhos tortuosos

No mais cruel ato,
o bem pode ser gerado,
mal nunca vence.

Efêmero

Tempo passado,
é tempo perdido.

Tempo vivido,
é tempo ganhado.

domingo, 8 de abril de 2012

Imagens perdidas

Por falta de tempo,
e muita preguiça.

Caço imagens,
em palavras perdidas.

Paschoa

Negro e Solimões,
divisão d'águas.

Luz e escuridão,
trevas iluminadas.

Da escravidão,
ao cordeiro açoitado.

Uma só coincidência,
de um só significado.

A libertação de um povo,
com a sua redenção.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tiroteio

Cuida da mira,
atirando palavras ao vento,
acerta outros alvos.

Vai e vem

O vai e vem,
o para e anda,
vida do mesmo jeito.

No vai e vem,
no para e anda,
a vida do meu jeito.

Pimenta ardida

Pimenta ardida,
que refresca a vida,
acaba monotonia.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mitologia

Antes ser Hermes,
do que Apolo.

De que adianta,
tanta beleza,
que jaz presa.

Prefiro transitar,
entre mundos,
disseminar ideias,
ser livre afinal.

Ócio

Comprei o ócio,
para me tornar um vagabundo.

Inspirado por Manoel,
busco comprar o meu também.

Tornar-me um outro vagabundo,
e viver dos meus sonhos.

Juntos sozinhos

Legião de amigos,
no facebook.

Seguidores diversos,
no twitter.

Leitores variados,
dos meus blogs.

Conectado 24/7,
no meu smartphone.

Estou junto de tantos,
e ao mesmo tempo só.

Desconectemos do virtual,
e vivamos a vida real.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Imagens e palavras

Um dia Manoel de Barros me disse:
- Imagens são palavras que nos faltam.
Eis que respondi:
- Para mim, palavras são imagens que nos faltam.
Rimos juntos.

Grão de areia

Somos grãos de areia numa praia,
escutei de alguém,
na minha juventude.

Não somos grãos somente,
somos a praia inteira,
somos o mar,
o sol.

Somos o que sonhamos,
e dos sonhos realizados,
vem a nossa grandiosidade.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Grandeza humana

De que adianta sonhar,
se não tivermos o ímpeto,
para alcançar o que sonhamos?

Um homem é medido por suas realizações,
pelos sonhos que conseguiu concretizar,
seja em causa própria ou para o bem comum.

Mesmo que nocivo para outrem,
ele é medido pelo que faz.

Sonhos são ótimos estimulantes,
só sonhar nos torna dependentes.
Realizá-los é a questão.

Por isso prefiro ser um daqueles,
que realizam e vivem os seus.

Amor fabricado

Não existe amor a primeira vista,
muito menos amor eterno.

Todo amor é fabricado,
afirmo com certeza absoluta.

Vem no primeiro instante,
a centelha do despertar.

Chamado da atenção,
para detalhes despercebidos,
do alguém a sua frente.

O interesse depois,
desejo de se saber e,
em querer mais.

Daí o amor fabricado,
construído da centelha,
do crescente desejo.

Assim como fabricado,
pode ser descontruído,
destruído até.

Desatenção da rotina,
acaba por desfazê-lo,
planta que se deixa de regar,
e definha ante ao tempo.

Poucas as variações,
que não se esgotam,
sem este contínuo.

Amizade é uma delas,
amor por um filho outra,
o resto é labuta.

I.D. Plural

Para cada momento da minha vida,
para cada grupo social que convivo,
vários nomes eu tenho,
de várias formas fui identificado.

Algumas carinhosas e afetivas,
me remetem a infância,
outras nem tanto,
me levam as mesmas lembranças.

De tantos apelidos que tive,
pelos mais diversos motivos,
nunca me preocupei.

Escola, amigos, trabalho, carreira,
por muitos nomes fui chamado,
numa combinação de todos os que tenho,
meu nome completo.

Estaria eu perdendo minha identidade?
Percebi que não.

Temos uma identidade plural,
que revela parte do que somos,
em cada momento,
para cada grupo social,
com cada quem que nos cerca.

Não sou vários, mas um só,
vistos por diversos ângulos,
e podendo sempre surpreender,
ou ser surpreendido.

sábado, 31 de março de 2012

Mãe

Eu não sei o que tem uma mulher na cabeça quando decide ser mãe.

Só pode ser uma louca, doida varrida digna de ser internada em um hospício de segurança máxima, numa cela e restringido movimento por uma camisa de força.

Sério! Isso é totalmente insano e eu vou explicar o porque.

Primeiro que já nascer mulher significa carregar um estigma social inerente ao gênero. Depois na chegada a adolescência, mudanças orgâncias e metabólicas a leva a um ciclo radical que só expirará após um longo tempo da sua vida.

Alternâncias de humor, dores e cólicas, farão parte da sua rotina mensal. Ok, isto pode ser atenuado...

Aí ela decide ser mãe, e digo mãe biológica, daquela que pari. Arruma um parceiro para ser fecundada. Uma vez ocorrida a fecundação, noves meses, entre trinta e sete e quarenta e duas semanas, a coisa não é muito certa, vive uma mudança que vai muito além daquela adolescente.

Estimulado pelo pequeno ser que se forma em seu ventre, o organismo desta mãe sofrerá severas alterações que, mesmo após o parto, perpetuarão ao longo do período de amamentação.

O parto, sim o parto, seja ele de que modo for, não é uma coisa fácil não. Riscos para mãe e para o filho estão presentes. Esforço continuo até o nascimento de todos que a assistem.

Do nascimento, vem a celebração de mais uma vida, mas também de uma tensa preocupação sobre o estado desta vida gerada, e isto vale tanto para mãe biológica quanto para aquelas que não passaram pelo parto em si.

Tal preocupação materna, decorrente de um amor incondicional se perpetuará até o fim da sua vida.

O primeiro espirro, tosse, febre... O que comer, o que levar, o que trazer... Onde irão estudar, com quem será que eles estão andando... Aonde voce pensa que vai?

Para uma mãe, não existem limites. Por isso acho que ser mãe é uma loucura e ter a oportunidade de viver toda esta loucura junto a seus filhos, vê-los crescer e se fazerem dignos é, simplesmente, recompensador.

É o lucro líquido por todas as horas de dedicação, carinho, atenção e de amor, muito amor.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Holocausto

Seis milhões foram mortos,
que nunca mais aconteça,
aprendamos com nossos erros.

Seja através do conflito,
ou da miséria absoluta,
seja pela fome, não mais.

Na atitude de um homem,
investindo suas posses,
mais de mil foram salvos.

Somos todos responsáveis,
por evitar absurda brutalidade,
para tanto obrigados a agir.

Independente do gênero,
etnia, religião, status,
nacionalidade, localização.

Como uma família,
em ação salvando uma vida,
estaremos salvando o mundo.

Millor

Menino chorando,
as lágrimas no chão,
vai contando.

Despeço-me mestre,
como menino chorão,
desejando ainda ser,
um ínfimo do que foi.

Seu silêncio...

Seu silêncio me incomoda,
sinto falta da sua voz.

Um bom dia talvez,
quiçá um oi bastasse.

Cruzo por voce,
mas não me enxerga.

Passo por lugares,
mas não me percebe.

Invisível me tornei,
deixando a sua realidade.

Singularidade

Destaco-me da multidão,
recuso-me a seguir.

Percebo quanto é manipulada,
vivendo a realidade criada.

Cada momento como turba,
levada por um bel prazer.

Assisto o tal movimento,
tomando a responsabilidade.

Agir passa a ser o verbo,
provocar, o desejo.

terça-feira, 27 de março de 2012

I am mine

I belong to nobody,
I belong to no one.

I belong to no place,
I belong to no time.

I release myself,
I am mine, only mine.

Quem se importa

Estou ocupado demais,
com meus próprios problemas,
para que parar se posso passar batido.

No piscar d'olhos num sopro de brisa,
realizando um ínfimo gesto,
a mudança pode ocorrer.

Eu não respondo por todos,
mas posso mudar o mundo sim,
e faço isso por mim e por voce.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Fogo.

Assim como as brasas,
de uma fogueira quase adormecida,
um coração quente que se esfria,
precisa de lenha para reavivar sua chama.


Vida

Nascemos indefesos,
ignorantes que somos,
nos vemos inocentes.

Crescemos vulneráveis,
a sorte a todo instante,
corrói nosso mármore.

Adultos num quase,
a pedra moldada,
por infortúnios vividos.

Então chega a velhice,
como obra terminada,
despedimo-nos deixando.

sábado, 24 de março de 2012

Chico

De Assis a inspiração,
do rio não foi em vão.
e do nordeste ensolarado,
chegou ao sul inspirado.

De muitos que criou,
fez uma multidão.
e por saber doar,
para todos estendeu a mão.

De tudo fazia,
comédia, pintura e poesia,
da totalidade se fez um,
e deste um se fez único.

Um amigo que meu pai,
sempre quis ter,
mas que, infelizmente,
dele não conseguiu ser.

Chico.

Por que tanto?

Por que te gosto tanto,
por que te quero tanto,
de onde vem tanto desejo?

Tua presença me fascina,
teu toque me arrepia,
teu cheiro me inebria.

E teu beijo,
ah, teu beijo,
fica gravado na minha boca.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Paciência

Paciência,
para acordar cedo,
e enfrentar o trânsito,
paciência...

Paciência,
para a falta de educação,
quando não há respeito,
paciência...

Paciência,
para aguardar a notícia,
que transformará sua vida,
paciência...

Paciência,
para dar tempo as pessoas,
que desejam seu bem,
paciência...

Porque elas mudam,
e voce também,
paciência...

quinta-feira, 22 de março de 2012

I

Who I am,
what I think,
belong to myself.

Spread my thoughts,
my ideas, my actions,
is my business.

No matter who's gonna hear,
if they're gonna use,
or just throw them away.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ego o centro

Eu sou deus,
senhor do universo.

Ego, eu me chamo,
e o centro sou eu.

Tudo o que quero consigo,
tudo que desejo possuo.

O que ainda não tenho,
é porque não me faz falta.

E o resto,
não me interessa.




A Rica

Não sei quanto tempo irá durar,
quero estar a seu lado,
um dia de cada vez,
vivendo como o último.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A guarda abaixa.

Por alguns instantes,
perco a concentração.

A guarda abaixa,
recebo um golpe certeiro.

Vou a lona,
tentam a imobilização.

Mesmo assim resisto,
não entrego a luta.

Busco o momento,
ergo-me num impulso.

De pé novamente,
continuo o bom combate.

domingo, 18 de março de 2012

Velhos novos amigos

Que saudade eu tenho do meu tempo de juventude, quando repartia todos os momentos na companhia de meus amigos.

Éramos testemunhas e cúmplices de nossas histórias e mulequices, aprontando todas.

Passávamos por sufocos e apertos, mas também por situações inusitadas e divertidas.

Reencontra-los sempre é um prazer, cruzamos olhares e a lembrança nos vem.

Sentimos o viço juvenil outra vez em nossas artérias, nos tornando novos de novo.

sábado, 17 de março de 2012

Óbvio, não?

A maioria reage,
prefiro agir.

Ser o precursor,
a ponta da lança.

Ir além do óbvio,
saindo do conforto.

Pensar o impensável,
e realizar o impossível.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Fragmentos

Meu querer,
não está perto.

Sinto-o longe,
na distância.

Através de frestas,
que permeiam a luz.

Vislumbro fragmentos,
daquilo que desejo.

terça-feira, 13 de março de 2012

Dúvida

Hoje tive uma dúvida,
por que estamos aqui?

Afinal de contas,
qual o propósito da nossa existência?

Vasculhei alfarrapios reais e virtuais,
encontrei as mais diversas repostas.

Umas baseadas numa abordagem religiosa,
outras, filosófica.

Algumas ainda,
focadas na teoria evolucionista.

Nenhuma me conveceu.

Para ser sincero,
nem desejo ser convencido.

O melhor desta dúvida,
é permanecer com ela.

E na busca pela reposta,
tornar-me um homem melhor.


Amigos

Amigos são,
a família que escolhemos.

Aqueles que desejamos,
que estejam sempre próximos.

E que, quando distantes,
nunca caem no esquecimento.

Quando no reencontro,
nos abraçamos como ontem.

Perder-me.

Perder-me em sonhos,
e em devaneios.

Perder-me em emoções,
e em sentimentos.

Perder-me em viagens,
e em lugares.

Perder-me no tempo,
e no espaço.

Perder-me em mim,
e em voce.

Para no fim,
encontrar-me.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Finalmente, amar.

Quero viajar,
tendo você como guia.

Viajar com você,
e ser seu guia.

Ouvir sua voz,
sussurros e risada.

Sentir seu cheiro,
sua boca, seu gosto.

Admirar seus olhos,
seu rosto, seu corpo.

Sobre suas curvas,
ser surpreendido.

Dormir com você,
e acordar abraçado.

Preparar o café,
para tomarmos juntos.

Repartir suas dores,
compartilhar bons momentos.

Fazer de seus filhos meus,
e dos meus, seus.

Para finalmente,
amar-te.

sábado, 10 de março de 2012

Saudade

O vazio preenchido pela memória,
a porta entreaberta que deixa passar.

Uma melodia que não sai da cabeça,
e que cisma em não parar de tocar.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Sinta, pô!

Outra vez, foi com Manuel Bandeira.
Ele me disse:
- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.
Respondi:
- Então sinta, pô!

Uno.verso

Siamo uno,
nel verso.
Verso uno,
è l'universo.

Unreal reality

I don't know what's real or not.
The atmosphere suffers a direct impact of our senses.

Our brain could be cheated by the impressions we make.
The reality isn't at all.

So, what's around us? Nothing, everything.
Where's the true? Nowhere, everywhere.

Our senses make it from nothing by an initial impulse.
And it could change, time to time, person to person.

No matter how, we make our own true.
Every time.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Woman

Mom, daughter.
Friend, sister.
Wife, lover.

A mulher.

O homem criado,
divino na terra.

Só, reclamou companhia,
dor de uma costela.

Disso a mulher,
inteligência sobre ingenuidade.

Corrompeu-o a desobediência,
do aceitar incondicional.

Salvou-o da eterna ilusão,
a realidade saltou avassaladora.

Ao invés de implorar retorno,
seguiu-a a seu lado.

As mulheres. The women. Le donne.

Seres fantásticos são.
Berços humanos amorosos.
Carregam o esplendor da vida em si.

Outstanding beings they are.
Loving human cribs.
Carrying radiance of life in their selves.

Creature fantastiche sono.
Culle umane amorevole.
Portano l'esplendore della vita in sé.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Toda via, todavia...

Toda via liga um lugar a outro,
todavia, depende de cada um chegar.

Toda via há paisagens contemplativas,
todavia, cabe apreciá-las durante o trajeto.

Toda via tem um início e um fim,
todavia, a nós resta o que fazer.

Toda via é viva,
todavia, viva a vida.

terça-feira, 6 de março de 2012

Tempo. Atemporal ser.

Somos atemporais,
criamos nosso tempo,
conforme prioridades.

Decidi priorizar-me,
o tempo me pertence,
faço dele o que quiser.

Não o esgoto em mim,
invisto no simples viver,
partilhando-o com todos.


segunda-feira, 5 de março de 2012

Click!

A maioria fica inerte em suas vidas,
me incluo nisso.

Paralisamos pelo medo,
pela dor, pelo desconhecer.

Um dia despertamos,
me incluo nisso.

Agimos pela coragem,
pela felicidade, pelo aprender.

Click...
Desperte!

Real inexistente

O real não existe,
é distorcido por cada um.

Nossos sentidos nos traem,
Não nos permitem o verdadeiro.

Tudo é deturpado,
nada é franco, sincero.

Criamos nosso ideal,
o que chamamos real.

Nossa percepção para aí,
não vai além.

Somos iludidos por nós mesmos,
somos a matriz.

O mundo visto,
é fruto da nossa interferência.

sábado, 3 de março de 2012

Eco

Batendo um papo com Julio Dinis,
eis que me sai com esta:
- O amor é o som que reclama um eco.
Na mesma hora, retruquei:
- Então ame, ame, ame, ame, ame...

The power of humans

Give power to man and you'll know who he is,
there's no such sentence like this one.

Most of them succumb by the overwhelm desire,
lack of moral and ethics values.

Kindness and fraternal behaviors,
defeated by the arrogance of being superior.

What they think they are,
nothing less than anyone else.

Power is beyond that,
it's recognize that everyone is equal.

Who has more,
should be responsible to who has less.

Any occasion,
any time.

quinta-feira, 1 de março de 2012

O homem alado

Num homem surgiram asas,
como as de um anjo.
Experimentou-as, alçando voo,
batendo-as com força.

Atingiu alturas nunca antes alcançadas,
mas por ele há muito imaginadas.
Realizou desejos, concretizou ideias,
evoluiu, transcendeu a forma.

Descobriu, lá de cima,
como o mundo é pequeno.
Como todos são iguais,
apesar de todas as diferenças.

Ao retornar e tocar a terra,
as asas se foram.
A mudança já ocorrera,
estava transformado.

O simples fato de viver,
já lhe era pleno.
O caos ficou claro,
límpido e cristalino.

A ordem se estabelecia,
dentro da tormenta vida.
A paz lhe retornara,
provendo-o de serenidade.

Rio.

Entre as montanhas e o mar,
cresceu esplendorosa.

Quente, apaixonante,
descontraída, malemolente.

Cobiçada por muitos,
receptiva a todos.

Nascida beleza natural,
tornou-se Maravilhosa.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Silêncio

Cale-se,
escute, ouça,
preste atenção.

Atente-se,
sinta, perceba,
veja e toque.

O vazio silêncio,
a ausência do todo.

O inaudível som,
a imagem invisível.

O nada, o tudo.

Ssshhiiiii....

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Stampa

Digitale, virtuale,
fisica, atemporale.

Emozione, stigme,
tatuaggi, memorie.

Rughe, marche,
temporale, splendori.

Desideri, attesi,
passioni, amori.

Rancori, dolori,
attitudini, virtù.

Persone, luoghi,
momenti, chiassi.

Stampano la mi'anima,
e la tua, allora.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Êkilíbrium

Mantenho equilibrado,
os quatro pratos da minha balança.

O físico, minha casa,
limpa e arejada, muito bem construída e mantida.

A mente, meu caminho,
clara e criativa, levando-me a todos os lugares.

As emoções, minha inspiração,
controversas e conflitantes, um sopro a vida.

A alma, eternidade em mim,
minha consciência junto do tudo e do todo.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dois, um.

O tempo passa,
a vida percorremos juntos.
Dois somando um.

A viagem em mim

O viajante percorre o caminho,
que busque o que deseja,
independente do que seja.

Chegue a seu destino,
encontre a si mesmo,
e seus familiares.

Que desta reunião,
partilhe de emoções,
e de sua viagem.

The blessed man

I know isn't easy to be on my side,
I'm struggling with myself,
fighting with my soul.

Sometimes I'm happy,
sometimes I'm not,
my emotions ride wildly.

My anxiety makes me sad, blocked,
no talking, no kindness, no smiles,
I couldn't see how much damage I provide.

You're an amazing woman,
which love I'll not ever find,
the dedication you have makes me proud.

Forgive me whatever I said,
I did it to save our life,
It wasn't my intention hurt you badly.

I miss you every day you left home,
so please don't stay away to long,
because I'm blessed every time you come back.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Paraíso

A bela simplicidade da natureza,
providencia o paraíso.

Sem ascender ou transcender,
me encontro com a infinitude eterna.

Paz interior, amor fraterno e humildade,
para seguir aventurando-me pelos caminhos da vida.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Não desisti, inicio

Dizer mais "sims" para alguns,
para outros, mais "nãos".

Tomar as rédeas da minha vida,
escolher meus caminhos,
travar o bom combate.

Ser maleável como uma rocha,
forte como a água.

Surpreender sempre,
trazer felicidade,
partilhar prazeres.

Surpreendido se distraído,
dar risadas por isso.

Decidir o meu destino,
sem que ninguém o faça,
ser senhor de mim.

Cada dia mais próximo,
o mundo será meu.

Queiram ou não,
parar eu não vou,
inicio...



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um anjo sem asas

Há muito, um anjo recebeu a tarefa de cuidar de alguém...

Deveria zelar por sua segurança, estando sempre por perto quando fosse chamado, mas esse alguém, passou a chamá-lo cada vez menos, a ponto de silenciar-se.

Distante daquele por quem deveria cuidar, cansou de ser um anjo.
Deixou a eternidade e aventurou-se pelo mundano da humanidade em busca de um por que.

Aqui, recolheu suas asas, guardando-as em local seguro.
Correu pelas ruas e vielas da vida mortal.
Riu, chorou, embebedou-se por diversas vezes.

Perdido, escutou uma voz familiar, a doce e suave voz daquele alguém.
Apurou os ouvidos, percebeu de onde vinha tal chamado.
Foi em busca daquele por quem deveria zelar.

Encontrou-o num momento difícil, culpou-se por isso.
Confuso, teve dúvidas sobre o que fazer.
Não tinha mais a certeza de ser um anjo.
Também não sabia se havia se tornado humano.
O alguém o afastou suplicando por paz.

Foi quando a eternidade o chamou, reconvocando-o para sua missão.
Não lembrava onde tinha guardado suas asas.
A eternidade lhe indicou o caminho.
Correndo pela ruas e vielas, afogado em emoções humanas.
Encontrou-as quando já não lhe restava muito de sua força.

A paz e o equilíbrio retornaram. Adeus.

Desisti...

Desisti.
Desisti de mim.

Cansei de tentar ser alguém que não posso ser.
Um fracasso que, confesso, aceito.

Não quero mais travar o bom combate, submeter-me as minhas exigências, intermediar os confrontos entre minha razão e minhas emoções.

Estabelecer limites e conter-me sobre fatos, situações e pessoas, não mais.

Não atender meus desejos e anseios, nem realizar minhas vontades.
Buscar minha própria felicidade, também não.

Entregar-me-ei inerte, permitindo que seja derrotado.
Desrespeitando o oponente: eu.

Quero gritar sem que ninguém me ouça até perder totalmente a voz.
Correr a maior das distâncias até cair esgotado no vazio desértico.
Nadar rumo ao infinito de um oceano azul e me afogar em suas águas profundas.

Quero desaparecer das memórias alheias por completo como se nunca tivesse existido.
Uma sombra que se vai na escuridão, um fantasma que desaparece na luz.
Uma bruma que se dissipa no calor do sol matutino.
Um sussurro inaudível.

Chega noite, e me leva com voce.
Quero as trevas, densas e o silêncio absoluto do nada.
Fim.

Ainda mais cedo

Não sei qual vai ser o limite... Acordei ainda mais cedo.

Encarei uma distância ainda maior, sentia algo estranho, uma sensação nebulosa, escura que me fazia correr mais rápido e mais forte. Meu corpo adormeceu, minha mente entorpeceu, estava sendo esvaziado de tudo.

A cada passada, quilometros foram deixados para trás, junto com toda a carga e seu sobrepeso.
O vazio tomou conta. Escutei o silêncio...ssshhhhh.

Acelerei ainda mais, atropelei a bendita laderia querendo não voltar para realidade.
Meu corpo pedia para continuar correndo sem destino, parando somente pelo esgotamento total.

Retomei suas rédeas, domei seu estado, centrei minha mente, voltei a calma.

Sem dor, sem arder.

Mais cedo

Saí mais cedo do que o costume.

Desci a minha rua e ao dobrar a esquina me deparei com um brilhante quarto crescente me aguardando num céu extramamente limpo.

Mais uma vez, meu corpo pedia cama... Insisti dizendo-lhe que faria bem, que me sentiria melhor quando terminasse.

Comecei devagar, como sempre. Logo entrei num ritmo confortável que me permitiu harmonizar passos, respiração, batimentos e pensamentos...

Enquanto começava o meu dia antes mesmo dele acordar, figuravam criaturas da noite pela paisagem que por mim passava.

A distância ia ficando para trás. A cada passada, me sentia mais inteiro, mais vivo e em total harmonia. Nada, nem ninguém me incomodava mais.

Perto do fim, a bela lua se despede e o dia acorda, não vejo mais as criaturas noturnas... Só a bendita ladeira que me traz de volta ao mundo real, aumentando as batidas do meu coração e fazendo arder meu peito.

Quando o dia acorda

Decidi acordar antes do sol nascer. Começo a correr na escura madrugada.

No início, ainda com as articulações e músculos adormecidos, começo devagar... Meu corpo implora para voltar para a cama quente, mas digo "não".

A cada passada, percebo entrar na sincronia da minha respiração e de meus batimentos cardíacos, equilíbrio.

Avanço na distância com meus pensamentos e ideias em turbilhão na minha mente. Pouco a pouco, começam a entrar em acordo, ordenados.

O dia começa a acordar, entro num estado de contemplação pura, minha mente está calma e sinto vontade de fechar meus olhos.

Retorno com um sprint final naquela ladeira bendita, o que me traz de volta ao mundo real. As pernas, já cansadas, doem, o peito arde, meu coração dispara, estou vivo!

Vou para casa passando por um belo nascer do sol, acordou o dia. Aquela sensação dolorosa depois de um treino, permance para lembrar-me o esforço realizado e que no dia seguinte tem mais.