quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um anjo sem asas

Há muito, um anjo recebeu a tarefa de cuidar de alguém...

Deveria zelar por sua segurança, estando sempre por perto quando fosse chamado, mas esse alguém, passou a chamá-lo cada vez menos, a ponto de silenciar-se.

Distante daquele por quem deveria cuidar, cansou de ser um anjo.
Deixou a eternidade e aventurou-se pelo mundano da humanidade em busca de um por que.

Aqui, recolheu suas asas, guardando-as em local seguro.
Correu pelas ruas e vielas da vida mortal.
Riu, chorou, embebedou-se por diversas vezes.

Perdido, escutou uma voz familiar, a doce e suave voz daquele alguém.
Apurou os ouvidos, percebeu de onde vinha tal chamado.
Foi em busca daquele por quem deveria zelar.

Encontrou-o num momento difícil, culpou-se por isso.
Confuso, teve dúvidas sobre o que fazer.
Não tinha mais a certeza de ser um anjo.
Também não sabia se havia se tornado humano.
O alguém o afastou suplicando por paz.

Foi quando a eternidade o chamou, reconvocando-o para sua missão.
Não lembrava onde tinha guardado suas asas.
A eternidade lhe indicou o caminho.
Correndo pela ruas e vielas, afogado em emoções humanas.
Encontrou-as quando já não lhe restava muito de sua força.

A paz e o equilíbrio retornaram. Adeus.